segunda-feira, 31 de outubro de 2011

0 Azulão,ícone da Música Cultural Popular Brasileira


Azulão  de Caruaru
Como reverenciar algo ou alguém que merece nossa atenção? Basta dizermos bonitas palavras e exprimir significantes atos? Ou, devemos fazer algo sem muitos alardes e tentar preservar o que nosso objeto (homenageado) tem de melhor?

Falo isso devido a particularidade da cultura popular. Cultura segundo as suas principais definições pode significar entre o verbo Cultivar, do Latim de cultivare; à produção do saber, arte, folclore, mitologia, costumes, etc., bem como à sua perpetuação pela transmissão entre gerações; ou até mesmo, Sociologicamente, podemos dizer que a cultura é tudo o que é aprendido e partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo e que confere uma identidade dentro do seu grupo. Já a filosofia diz que a cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural.


Para mim (não sou sociólogo, e sim, um jornalista que se mete em antropologia), cultura tem o nome de um pássaro. Francisco Bezerra Lima, mais conhecido como Azulão, é o que podemos dizer um vencedor na vida. Sair de ex-vendedor de picolés para se tornar um ícone do forró Nordestino merece honrarias. Na bagagem 16 LPs gravados e três CDs e um recém gravado DVD.


Cantor e compositor, Azulão nasceu a 15 de junho de 1942, no sítio Taquara de Cima, município de Caruaru. Ainda criança, foi, com a família, morar no centro da sua cidade. foi carregador de frete, vendedor de fósforo e picolé nos dias de feira. Começou cantar nos programas de calouros da extinta Rádio Difusora de Caruaru.


Teve como influência em sua carreira de compositor os ídolos Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. O apelido Azulão teve origem em sua preferência em usar roupa de cor azul. Suas composições foram gravadas por grandes nomes da MBP, entre os quais Trio Nordestino, Marines, Genival Lacerda e Marinalva.


A crítica nacional lembrou bem do Azulão em comparação ao grande pássaro Azul. "Sua voz grave e médio-agudo se completam de maneira sublime, como o passarinho que nunca desafina", sendo assim podemos expressar Azulão = Cultura.


Retratando sua cidade natal e seus costumes em sua música ele nos faz viajar pelo passado e saber de contos e causos de um tempo que ficou pra trás. A religiosidade presente em "Caô cabeça e lé" até Caruaru do passado e Dona Teresa, merecem um espaço , pelo menos, nas rádios locais. Infelizmente, igual a outro post Santo de Casa não Faz Milagres, mas Azulão é ainda é e sempre será Cultura.


Neste artigo, trago minha forma de contribuição à Cultura do meu local. Reverencio Azulão por ser o Pequeno Grande. E lembro aos produtores, artistas e todos, enfim... Valorizar enquanto vivo é melhor que homenagear depois de partido.


Apanhadeira de Café

Adeus minha rosa,adeus meu amor
Até para o ano se nós vivos for
Adeus minha rosa,adeus meu amor X2
Até para o ano se nós vivos for

O café de josué,apanhadeira apanhou

josué insatisfeito um festejo ele inventou X2
Deu comida a todo mundo,cachaçha ao tocador
Safoneiro animou,puxou o folé com fé
Todo mundo arrasta o pé,por que o forró começou
Adeus minha rosa,até para o ano se nós vivos for ...

                                                                                            
                                              FONTE:overmundo.com

                             postado por tony josé segunda -feira,31 de outubro de 2011


domingo, 30 de outubro de 2011

0 Antonio Barros e Cecéu uma História de amor e música

ANTONIO BARROS SILVA "Antonio Barros"


Nasceu em 11 de Março de 1930 na pequena cidade de Queimadas na Paraíba. Filho de Severino Barros da Silva e Luiza Rodrigues da Silva, estudou no Grupo Escolar José Tavares e a maior parte de sua infância foi vivenciada na zona rural. Quando sobrava tempo para brincar, costumava pegar uma lata vazia de 20 litros, colocava a cabeça dentro, batia do lado de fora com as duas mãos, fazendo ritmo, enquanto cantava para ouvir sua própria voz com efeito reverberado.

Aos dezenove anos de idade foi trabalhar como músico tocando pandeiro na rádio Caturité em Campina Grande-PB. Aos vinte anos, mais ou menos, foi para Recife-PE e na rádio Tamandaré deu continuidade ao seu trabalho como músico pandeirista. Foi nessa mesma época que escreveu sua primeira música e conheceu Jackson do Pandeiro, o qual se tornou um grande amigo do artista, apoiando-o na vida profissional.

A partir daí começou a gravar suas primeiras canções profissionalmente com Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda e Zito Borborema. Logo depois foi para o Rio de Janeiro e desenvolveu ainda mais seu ambiente no meio musical, onde passou a gravar também com Luiz Gonzaga, Marinês, Trio Nordestino e tantos outros.


MARY MACIEL RIBEIRO "Cecéu" 

Nasceu em 02 de Abril de 1950 na cidade de Campina Grande, na Paraíba. Filha de Severino Lourenço Ribeiro e Maria Maciel Ribeiro, estudou no colégio São Vicente de Paulo, bem próximo de sua casa no bairro do Catolé. Costumava ir à escola cantarolando várias músicas que gostava de ouvir no rádio às tardes enquanto trabalhava na mercearia de secos e molhados de seu pai.

“Mariêta ta, Mariêta ta, Mariêta ta, entalada com cajá...”, essa era uma das músicas que gostava de cantar, nem sabia que era uma composição de Antonio Barros que mais tarde viria a ser seu companheiro na vida e na profissão. Nem mesmo sabia que viria seguir a carreira musical.

No entanto durante toda sua infância e adolescência sempre apreciou a arte musical, acompanhava as notícias e as canções de seus artistas favoritos como Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Demônios da Garôa, entre outros. Assim, influenciada pelo romantismo dominante dessa época, até passou a escrever algumas músicas, e só mais tarde, ao se tornar Cecéu foi que começou sua carreira profissional ao lado do companheiro e marido Antonio Barros.







ANTONIO BARROS E CECÉU
Quando Antonio Barros e Cecéu se encontraram em 1971, desde então formaram uma parceria no trabalho musical e no amor. Passaram a compor juntos e se tornaram um casal de sucesso. Levantando a bandeira de uma forte expressão artística no companheirismo do dia-a-dia, essa dupla se transformou num paradigma da cultura popular brasileira, pois nesse decorrer são mais de setecentas obras gravadas pela maioria dos intérpretes brasileiros, alcançando popularidade até no exterior onde também suas músicas foram gravadas na Itália, Espanha, Portugal e Israel.
Homem Com H, Por Debaixo Dos Panos, Bate Boração, como também as famosas Procurando Tu, Casamento Da Maria, Sou O Estopim, Amor Com Café, Forró Do Poeirão, Forró Do Xenhenhém, Óia Eu Aqui De Novo; são algumas das canções que fazem parte do acervo de músicas autorais dessa dupla e gravadas por expressivos nomes da MPB como Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Dominguinhos, Gilberto Gil, Alcione, Ivete Sangalo, Fagner, Gal Costa, MPB-4 e os saudosos Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Marinês.
Esses artistas consagrados que fazem parte da realidade e da história da música, conseguiram romper a regionalidade sem perder o sotaque. Na capital paulista, onde residem desde 1995, o casal apresenta seus shows com classe e charme através de seus inúmeros sucessos. “A história e a música de Antonio Barros e Cecéu se mantém sempre em atividade, exemplo disso é encontrar regravações e releituras de nossas músicas feitas por uma nova geração de artistas, não somente de artistas regionais, mas muitas vezes de artistas pops e DJs de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais que constantemente estão cultivando a nossa obra.” (Disse Antonio Barros) 


                                                                                                                        FONTE:antoniobarrosececeu.com                                  


 postado por tony josé domingo,30 de outubro de 2011



6 O Folclore Do Estado de Alagoas

Folclore

Alagoas se configura como estado que detém a maior diversidade de manifestações culturais populares, com destaque para os 27 tipos de folguedos e danças populares que são fonte de referência para estudiosos e artistas de todo o país. As baianas, o bumba-meu-boi, a cavalhada, o fandango, o guerreiro, pastoril, quilombo e reisado são os mais conhecidos folguedos que compõem o diversificado folclore alagoano:

Reisado

Reisado
Originário da cultura portuguesa, onde era costume a saída de grupos, durante o período natalino, de casa em casa anunciando o nascimento de Jesus, o nosso Reisado é similar ao vasto ciclo de folguedos derivados das "Janeiras" e "Reis", que encontramos no folclore de outros estados brasileiros. 

Fandango

Fandango
Ao contrário do sul do Brasil, onde o fandango é um baile com dança de pares, de origem espanhola, este auto é uma dança dramática com motivo náutico, com forte inspiração portuguesa. Esta influência, aliás, está bem presente nas cores das vestimentas dos participantes (azul e branco) e no acompanhamento das cantigas, executado por violão e cavaquinho.

Bahianas

Bahianas
Oriundo do Sul de Pernambuco, este folguedo penetrou em nossa cultura, inicialmente, como clube de carnaval, fixando-se, posteriormente, como função natalina. É uma modificação rural do Maracatu, em que elementos do Pastoril e dos Côcos se misturam a danças e canções de nítida influência religiosa negra, sem a participação da corte e da boneca, como no caso daquele

Bumba-Meu-Boi

Bumba-Meu-Boi
O Bumba-Meu-Boi é uma manifestação que celebra o boi, representado em quase todo o Brasil, com pequenas variações de nome e estilo. O "boi", uma armação de madeira recoberta de tecido vistoso, é conduzido por dois vaqueiros, entre danças e trejeitos, no meio da multidão. Durante o auto, é comum a apresentação de pequenas coreografias relativas a outros animais. 
Pastoril

Pastoril

De origem lusitana, reproduz peças natalinas defronte a presépios ou em tablados armados com esta finalidade, e é o mais popular e difundido folguedo de Natal no Folclore de Maceió. Em geral, participam apenas moças, (pastorinhas), em númerode doze, ou mais, divididas em dois cordões, o azul e o encarnado, cores que   ostentam nas vestes (faixas, aventais, saias, blusas ou boleros).

Cavalhada

Cavalhada
Realizado em parques especialmente construídos com essa finalidade, praças ou locais amplos, próximos às igrejas, consiste, basicamente, em uma corrida de cavalos, em que os competidores tentam tirar o maior número de argolas suspensas por uma garra. Os competidores, em número de doze, divididos em dois "cordões", iniciam o folguedo com uma visita à igreja ou ao santo, que é colocado num pedestal, enfeitado no local da corrida.

Quilombo

Quilombo
Inicialmente, tido como originário dos acontecimentos na Serra da Barriga, o Quilombo é, na verdade, uma adaptação alagoana de danças que representam lutas, ora entre brancos e negros, ora índios, ora mouros e cristãos. O Quilombo pode ser representado em qualquer época do ano, mas é mais comum em festividades religiosas: de padrociras e natalinas.




                                                               FONTE: GUIA MACEIÓ


                                        postado por tony josé domingo,30 de outubro de 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

2 Lampião (Virgulino Ferreira da Silva)


lampião rei do cangaço

Conhecido como o rei do cangaço e o governador do sertão, Virgulino Ferreira da Silva nasceu no dia 7 de julho de 1897, na Fazenda Ingazeira, situada no município de Vila Bela (hoje, Serra Talhada), no sertão de Pernambuco. Foi o segundo filho de José Ferreira da Silva e de Maria Selena da Purificação. O seu nascimento, porém, só é registrado no dia 7 de agosto de 1900. Tinha como irmãos: Antônio, João, Levino, Ezequiel, Angélica, Virtuosa, Maria e Amália. Todos cresceram ouvindo e/ou presenciando estórias de cangaceiros, e Antônio Silvino lhes serve de exemplo maior.

Naquela época, o sertão quase não possuía escolas e estradas, viajava-se a pé, a cavalo, em burro e em jumento. Os denominados coronéis (os proprietários de terras) imperavam sob o peso da prepotência como os verdadeiros chefes políticos, sem nunca sofrer represálias porque a força do Estado estava sempre do seu lado. Neste sentido, eram eles que davam a palavra final, ou seja, elegiam, destituíam, perseguiam, condenavam, absolviam, torturavam e matavam.

Em períodos de crises econômicas, os coronéis recebiam ajuda do Poder Público. Isto era uma recompensa, um benefício recebido, por causa dos eleitores que controlavam mediante os "votos de cabresto" - aqueles votos fornecidos a um candidato, e garantidos pela palavra-de-ordem dos poderosos, que impõem nomeações e asseguram a hegemonia da classe política local, sem se importar com a competência profissional dos nomeados.

lampião rei do cangaço
Apesar de muito inteligente, Virgulino abandona a escola para ajudar a família no plantio da roça e na criação de gado. Torna-se famoso nas vaquejadas. Gosta muito de dançar, de tocar sanfona, compõe versos e adora um rifle. Sabe costurar muito bem em pano e couro e confecciona as próprias roupas.

Ele tinha 19 anos quando entrou para o cangaço. Dizem que tudo começou através de disputas com José Saturnino, membro da família Nogueira e vizinha de terras. Lutando contra essa família durante muitos anos, Virgulino e seus irmãos já se comportavam como futuros cangaceiros, não tardando a entrar em conflito com a polícia. A decisão de viver e morrer como bandido, contudo, só foi tomada, mesmo, quando a polícia mata José Ferreira da Silva - o patriarca da família - enquanto ele debulhava milho.

Em um das primeiras lutas do bando, na escuridão da noite, Antônio (um dos irmãos Ferreira), espantado com o poder de fogo do rifle de Virgulino, que expelia balas sem parar e mais parecia uma tocha acesa, gritou o seguinte:Espia, Levino! O rifle de Virgulino virou um lampião! A partir desse dia, a alcunha do famoso cangaceiro passa a ser Lampião.

Virgulino consegue realizar seu maior sonho, com a intermediação doPadre Cícero Romão Batista: adquirir a patente de capitão, no Batalhão Patriótico do deputado Floro Bartholomeu, o batalhão das forças legais. Além de alimentar sua vaidade pessoal, a patente funcionaria como uma espécie de salvo-conduto, permitindo o bando circular pelas divisas dos estados do Nordeste.

Aproveitando aquela oportunidade, Virgulino solicita, também, para os companheiros Antônio Ferreira e Sabino Barbosa de Melo, os postos de 1o. e 2o. tenentes. Acatada a solicitação, os membros do bando abandonam as roupas costumeiras, vestem a farda de soldado e, como autoridades constituídas, passam a ter o dever - por mais irônico que isto possa soar -, de defender a legalidade e proteger a população nordestina.

Tudo isso foi redigido pelo Padre Cícero e assinado, a pedido deste, no dia 12 de abril de 1926, pelo engenheiro-agrônomo do Ministério da Agricultura, Dr. Pedro de Albuquerque Uchoa. Feliz da vida aos 28 anos de idade, o jovem Capitão Virgulino reúne a família para tirar fotografias.

Maria Bonita

Oficialmente, ele recebe a missão de combater a Coluna Prestes - um grupo de comunistas liderados por Luís Carlos Prestes -, grupo que vinha percorrendo o País durante o governo do presidente Artur Bernardes. No entanto, após se distanciar uns 6 quilômetros de Juazeiro, Lampião decide se embrenhar na caatinga, em busca de combates mais lucrativos, deixando para trás o prometido a Padre Cícero e as responsabilidades para com o Estado. E os soldados do governo foram chamados de "macacos", porque saíam pulando quando avistavam os cangaceiros.

No bando de Lampião tinha indivíduos de todos os tipos: gordos, magros, ruivos, louros, morenos, altos, baixos, negros e caboclos. Alguns, inclusive, eram jovens demais: Volta Seca (11 anos), Criança (15 anos), Oliveira (16 anos). O mais idoso era Pai Velho, com 71 anos de idade.

Lampião arranjava, facilmente, armamentos e munições, mas, como o fazia, era um segredo que não contava a ninguém. Uma parte das armas automáticas, para combater a Coluna Prestes, foi adquirida através do Deputado Floro Bartholomeu e do Padre Cícero. Os demais armamentos do bando foram arranjados mediante a intervenção de amigos.

Um acidente provocado pela ponta de um pau cega o olho direito do Capitão Virgulino, um órgão que, anteriormente, já se apresentava problemático devido à presença de um glaucoma. Enxergando com um olho, apenas, Lampião se vê obrigado a ficar sempre enxugando, com um lenço, as lágrimas que pingam do olho vazado. A despeito dessa deficiência, ele nunca deixou de ser um excelente estrategista.

Dizem que foi uma brincadeira de mau gosto da família Ferreira (o corte da cauda de alguns animais) a gota d’água que desencadeou uma afronta irreparável com o fazendeiro José Saturnino, proprietário das terras vizinhas e membro da família Nogueira. Sendo mais numerosos e tendo o apoio do governo, essa família termina por expulsar os Ferreira de suas terras.

bando de lampião
A partir de 1917, Virgulino e a sua família passam a conviver com intensos tiroteios e emboscadas, não podendo morar em um lugar específico: são obrigados a vagar pelo sertão e levar uma vida de nômades.

Em meio às lutas e fugas, falece Dona Maria Selena, no Engenho Velho. E, no início de agosto de 1920, o patriarca da família - José Ferreira - é fuzilado pela volante do sargento José Lucena, enquanto debulhava milho. Naquele mesmo dia, então, os Ferreira fazem um juramento: o seu luto, até a morte, iria ser o rifle, a cartucheira e os tiroteios.

Quando sabia da existência de um coronel perverso, Lampião não perdia a oportunidade de queimar-lhe as fazendas e matar-lhe o gado. Nas incursões em vilas e povoados, o grupo saqueava, dizimava e matava. As violências cometidas pelo bando eram inúmeras: tatuagem a fogo, corte de orelha ou de língua, castração, estupro, morte lenta, entre outras. Muitos habitantes abandonavam definitivamente as suas propriedades, tornando desertas as caatingas, já que elas estavam entregues a soldados e cangaceiros.

Virgulino Ferreira era bastante impulsivo. Às vezes, passavam-se meses sem se ouvir falar nele, pensando-se, inclusive, que tinha morrido. Mas, de repente, ele surgia do nada com o seu bando, como um tremendo furacão, lutando contra as volantes, incendiando fazendas, roubando e matando com a maior naturalidade. Em algumas ocasiões, seus gestos eram generosos: confraternizava com as pessoas, organizava festas, distribuía dinheiro, pagava bebida para todos.

Em uma de suas paradas para descansar, perto da Cachoeira de Paulo Afonso, conheceu Maria Déia, filha de um fazendeiro de Jeremoabo, na Bahia. Há cinco anos ela era casada com José de Nenén - um comerciante da região - mas nutria uma paixão platônica por Lampião, mesmo sem nunca tê-lo encontrado.

Alguns afirmam que foi a própria mãe de Maria Déia que segredou a Lampião sobre essa paixão. Já outros dizem que foi Luís Pedro - integrante do bando - que insistiu para o rei do cangaço conhecê-la. Na realidade, o fato é que Virgulino caiu de amores ao vê-la. E, impressionado com a sua beleza, passou a chamá-la de Maria Bonita.

Em vez de três dias, ficou dez na Fazenda Malhada da Caiçara. Com a concordância dos pais, que apoiavam o desejo da filha, Maria Déia coloca as suas roupas em dois bornais, penteia os cabelos, despede-se para sempre do marido, e parte com Lampião rumo à caatinga. Era o ano 1931 e ela tinha 20 anos.

Pouco tempo depois, Maria Bonita engravida e sofre um aborto. Mas, em 1932, o casal de cangaceiros tem uma filha. Chamam-na de Expedita. Maria Bonita dá à luz no meio da caatinga, à sombra de um umbuzeiro, em Porto de Folha, no estado de Sergipe. Lampião foi o seu próprio parteiro.

Como se tratava de um período de intensas perseguições e confrontos, e a vida era bastante incerta, os pais não tinham condições de criá-la dentro do cangaço. Os fatos que ocorreram viraram um assunto polêmico porque uns diziam que Expedita tinha sido entregue ao tio João, irmão de Lampião que nunca fez parte do cangaço; e outros testemunharam que a criança foi deixada na casa do vaqueiro Manuel Severo, na Fazenda Jaçoba.

O Capitão Virgulino adora ser fotografado e filmado. Neste sentido, consente que Benjamim Abraão, um fotógrafo libanês, conviva durante meses com o seu bando e colete muito material sobre o cangaço. Esse fotógrafo, contudo, é assassinado por um coronel, e grande parte do seu acervo é destruída.

Maria Bonita sempre insistia muito para que Lampião cuidasse do olho vazado. Diante dessa insistência, ele se dirige a um hospital na cidade de Laranjeiras, em Sergipe, dizendo ser um fazendeiro pernambucano. Virgulino tem o olho extraído pelo Dr. Bragança - um conhecido oftalmologista de todo o sertão - e passa um mês internado para se recuperar. Após pagar todas as despesas da internação, ele sai do hospital, escondido, durante a madrugada, não sem antes deixar escrito, à carvão, na parede do quarto:

Doutor, o senhor não operou fazendeiro nenhum. O olho que o senhor arrancou foi o do Capitão Virgulino Ferreira da Silva, Lampião.

Além das emboscadas planejadas para liquidá-lo, cabe ressaltar que Lampião conseguiu sobreviver ao veneno e ao fogo. Do primeiro, contou com a dosagem fraca que lhe deu, somente, um inconveniente desarranjo intestinal; do segundo, apesar de chamuscado, conseguiu escapar pulando. Mas foi ferido à bala diversas vezes.

Excetuando-se João, todos os irmãos de Virgulino morreram antes dele. Em 1926, Antônio foi morto em Serra Talhada, no encontro com uma volante pernambucana. Uma outra volante desse mesmo estado matou Levino Ferreira. O último a falecer foi Ezequiel, gravemente ferido pela polícia de Sergipe. Mas, quando Lampião percebeu que seu irmão estava se ultimando e sofrendo, saca do próprio revólver e dispara um tiro de misericórdia bem em cima de sua testa.

Em uma outra luta contra a volante pernambucana, na vila de Serrinha, próximo a Garanhuns, Maria Bonita foi baleada. Como estava perdendo muito sangue, Lampião deu ordem para encerrar a luta imediatamente: pega a amada nos braços e segue rumo ao município de Buíque, onde ela é tratada na vila de Guaribas.

Vale deixar registrado que o bando de Lampião resistiu durante quase 20 anos, brigando com grupos de civis que o perseguiam e com a polícia de 7 estados nordestinos. Por todo esse tempo, assaltou propriedades de grandes fazendeiros, atacou povoados, vilas e cidades, roubou, pilhou, torturou e matou os seus adversários.

Apesar de ter sido baleado nove vezes, Lampião sobreviveu a todos os ferimentos, sem contar com qualquer tipo de assistência médica formal. Naquela época, desconheciam-se os antibióticos e as sulfas. Para estancar o sangue e curar os ferimentos, por exemplo, usavam-se mofo, pó de café e, até, excrementos de gado. Eram usadas, ainda, ervas medicinais e rezas dos curandeiros, que nem sempre funcionavam como se esperava. Um ferimento em seu pé, neste sentido, condenou Virgulino a mancar para o resto da vida.

Extremamente jeitoso, além de dotado de grande capacidade de improvisação, era o Capitão Virgulino que fazia os curativos, encanava pernas e braços quebrados dos feridos e fazia os partos das mulheres dos cangaceiros. Super dotado de inteligência, ele era médico, farmacêutico, dentista, vaqueiro, poeta, estrategista, guerrilheiro, artesão. Desconfiado, só ingeria algo depois que alguém tivesse provado o alimento. Por outro lado, só entregava o dinheiro após ter recebido a mercadoria. Entretanto, não conseguiu se livrar da traição dos falsos amigos.

No dia 27 de julho de 1938, conforme o costume de anos a fio, o bando acampou na fazenda Angicos, situada no sertão de Sergipe, esconderijo tido por Lampião como o de maior segurança. Era noite, chovia muito e todos dormiam em suas barracas. Na madrugada do dia 28, a volante chegou tão de mansinho que nem os cães pressentiram. Quando um dos cangaceiro deu o alarme, já era tarde demais.

Não se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar mais seguro, segundo a opinião de Virgulino, o bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva, abriram fogo com metralhadoras portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa viável de defesa.

O ataque durou uns vinte minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos 34 cangaceiros presentes, 11 morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar. Bastante eufóricos com a vitória, os policiais saquearam e mutilaram os mortos. Roubaram todo o dinheiro, o ouro, e as jóias.

A força volante, de maneira bastante desumana, decepa a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando sua cabeça foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira e Mergulhão: tiveram suas cabeças arrancadas em vida.

Feito isso, salgaram os seus troféus de vitória e colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal. Os corpos mutilados e ensangüentados foram deixados a céu aberto para servirem de alimento aos urubus. Guardadas as devidas proporções, após ter passado, praticamente, cento e cinqüenta anos da Revolução Francesa, os brasileiros retrocederam ao século XVIII, decepando cabeças como fizeram com Luís XVI e Maria Antonieta.

Percorrendo os estados nordestinos, o coronel João Bezerra exibia as cabeças - já em adiantado estado de decomposição - por onde passava, atraindo uma multidão de pessoas. Primeiro, os troféus estiveram em Maceió e, depois, foram ao sul do Brasil.

No Instituto de Medicina Legal de Maceió, as cabeças foram medidas, pesadas, examinadas, pois os criminalistas achavam que um homem bom não viraria um cangaceiro: este deveria ter características sui generis. Ao contrário do que pensavam alguns, as cabeças não apresentaram qualquer sinal de degenerescência física, anomalias ou displasias, tendo sido classificados, pura e simplesmente, como normais.

lampião e Maria bonita
Do sul do País, apesar de se encontrarem em péssimo estado de conservação, as cabeças seguiram para Salvador, onde permaneceram por seis anos na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia. Lá, tornaram a ser medidas, pesadas e estudadas, na tentativa de se descobrir alguma patologia. Posteriormente, os restos mortais ficaram expostos no Museu Nina Rodrigues, em Salvador, por mais de três décadas.

Durante muito tempo, as famílias de Lampião, Corisco e Maria Bonita lutaram para dar um enterro digno aos seus parentes. O economista Silvio Bulhões, em especial, filho de Corisco e Dadá, empreendeu muitos esforços para dar um sepultamento aos restos mortais dos cangaceiros e parar, de vez por todas, essa macabra exibição pública. Segundo o depoimento do economista, dez dias após o enterro do seu pai violaram a sepultura, exumaram o corpo e, em seguida, cortaram-lhe a cabeça e o braço esquerdo, colocando-os em exposição no Museu Nina Rodrigues.

O enterro dos restos mortais dos cangaceiros só ocorreu depois do projeto de lei no. 2867, de 24 de maio de 1965. Tal projeto teve origem nos meios universitários de Brasília (em particular, nas conferências do poeta Euclides Formiga), e as pressões do povo brasileiro e do clero o reforçaram. As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram sepultadas no dia 6 de fevereiro de 1969. Os demais integrantes do bando tiveram seu enterro uma semana depois.

Virgulino morreu aos 41 anos de idade. No entanto, contabilizando-se os riscos enfrentados durante 20 anos de cangaço, a alimentação incerta, as emboscadas, os ferimentos, a falta de assistência médica, entre outros, pode-se afirmar que o rei do cangaço viveu mesmo muito tempo. Vale registrar, por outro lado, que Lampião e Maria Bonita possuem parentes próximos em Aracaju: sua filha, Expedita, casou com Manuel Messias Neto e teve quatro filhos (Djair, Gleuse, Isa e Cristina).

Por fim, a grande inteligência de Virgulino Ferreira da Silva, bem como o seu valor como estrategista valem a pena ser ressaltados. Mais de sessenta anos após sua morte, ele continua sendo lembrado na música, na moda, naliteratura de cordel, no teatro, no cinema, em escolas, em museus, em conferências e debates. O temido cangaceiro, indubitavelmente, o mais importante e carismático de todos, deixou gravado nas caatingas sertanejas um pedaço da história do Nordeste do Brasil.

                                                                                           FONTE:Fundação Joaquim Nabuco

                postado por tony josé sexta-feira,28 de outubro de 2011 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

0 Forró

Luiz Gonzaga
A origem da palavra forró é controversa. Alguns estudiosos do tema acreditam que o nome veio de uma corruptela da expressão for all (para todos), usada pelos ingleses para convidar os operários que trabalhavam na construção de ferrovias no Nordeste brasileiro, na época da Great Western, a participarem das festas por eles oferecidas.

            Uma segunda versão, defendida por Luís da Câmara Cascudo, diz que a palavra vem da abreviatura do termo africano forrobodó, que significaria festa, bagunça.

As palavras forrobodó forrobodança foram bastante usadas pela imprensa do Recife, na segunda metade do século XIX. Segundo Pereira da Costa, no seu Vocabulário pernambucano, significa “divertimento, pagodeira, festança”.

Jackson do pandeiro
            No início, o termo designava apenas a festa e o local onde se realizava, passando depois a significar também o gênero musical e a dança. No forró existe lugar para  todos os ritmos rurais do Nordeste e outras regiões como o baião, oxote, o xaxado, o côco, a quadrilha junina, o samba rural, amazurca, a rancheira.

Nasceu no Nordeste e foi levado para o Sul do país pelo cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga, no final da década de 1940. Explorando o linguajar regional e a arte do povo nordestino, tornou o Nordeste conhecido em todo o Brasil, chamando a atenção para seus problemas e despertando o interesse por suas tradições.

O forró passou a ser um gênero típico dos festejos do ciclo junino, mas é dançado em todas as épocas do ano.

Os instrumentos utilizados no forró tradicional, chamado “forró pé-de-serra”, são a sanfona, cujo teclado é percorrido inteiramente, o pandeiro e o triângulo.

            A dança é formada por casais, que dançam “colados”, fazendo também alguns movimentos separados, com grande molejo no corpo.

            Hoje, o forró é um ritmo conhecido e apreciado em todo o país, divulgado por artistas nordestinos de sucesso como Alceu Valença e Elba Ramalho, entre outros.

   Na década de 1990, o ritmo e a dança foram muito influenciados pela lambada, surgindo o que é conhecido como olambaforró.

            Durante os festejos juninos, as cidades de Caruaru, em Pernambuco e Campina Grande, na Paraíba, organizam mega forrós e “brigam” para ver quem faz o “melhor forró do Brasil” divulgando-se como “a capital do forró”.


                                       FONTE: FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO

                     postado por tony josé quarta-feira,26de outubro de 2011

terça-feira, 25 de outubro de 2011

0 Mogeiro uma cidade repleta de belezas naturais e históricas,

Pedra do Convento (foto: Orkut Mogeiro em fotos)
Em Mogeiro localizam-se importantes atrativos naturais e culturais. A região onde está localizado o município tem uma grande incidência de formação rochosa emoldurando a cidade. Há em Mogeiro, a 2km do centro da cidade, numa propriedade particular, o “Parque do Convento”, composto por um conjunto de atrações naturais capazes de surpreender seus visitantes. A “Pedra do Convento” é a principal atração: uma montanha de fácil acesso ao seu ponto mais alto que apresenta um despenhadeiro espetacular; dizem os técnicos, excelente para a prática do turismo de aventura.






 
Vista panorâmica da cidade de Mogeiro (foto: Orkut Mogeiro em fotos)  
Do mirante, um dos pontos altos da cidade, localizado na Serra da Mandioca, distante 8 km da sede do município, pode-se contemplar uma paisagem deslumbrante da vegetação e dos aspectos geográficos da região, bem como, uma vista panorâmica magnífica da cidade de Mogeiro. O percurso até o topo da serra é uma aventura maravilhosa. Só de moto chega-se até lá. Carro só com tração para se chegar próximo, sendo o restante do percurso realizado a pé, numa caminhada de aproximadamente 1km serra acima, seguindo caminhos estreitos em meio a plantações de milho, cruzando porteiras e sendo observados pelos nativos da região.
Casarões coloniais (foto: Orkut Mogeiro em fotos)
A cidade possui um significativo patrimônio histórico e cultural formado pelos casarios coloniais de Mogeiro-de-Baixo, pelas Fazendas espalhadas no município e pelas Igrejas neoclássicas e coloniais que enfeitam a cidade: A Igreja Matriz de N. S. das Dores, padroeira da cidade, foi erguida em 1867 (144 anos) e está localizada na Rua Presidente João Pessoa, s/n. Onde, juntamente com a Praça da Matriz, pode ser considerado um local de sociabilidade para a população e também um belo ponto turístico para visitação. A Igreja de São João Batista, erguida em 1800 (211 anos), se mantém majestosa aos olhares atentos dos que passam na Rua Firmino Florentino da Silva, Mogeiro-de-Baixo. Há, ainda, uma pequena capela denominada de oratório, nas proximidades de Mogeiro-de-Baixo, construída por antigos portugueses moradores da região. Mantém a originalidade e é considerada a primeira igreja da cidade e sua data de construção diz-se secular.


 
Igreja Matriz de N.  S. das Dores
Igreja de São João Batista (foto: Orkut Mogeiro em fotos)







 

Oratório (foto: Orkut Mogeiro em fotos) 





          Fonte:    Livro: Prefeitura Municipalde Mogeiro: Ações de cultura e Turismo como Estratégia de Relações Publicas ( José Antonio Alves/ João Batista Micena Barbosa/ Prof. Dr. Severino Alves de L. Filho) e o blog caminhos da paraíba.

postado por tony josé terça-feira,25 de outubro de 2011                                                                        

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

0 Feira de mangaio Itabaiana

Itabaiana ,cidade do interior da Paraíba, localizada a pouco mais de 100 km da capital João Pessoa, uma cidade pequena, de 40 a 45 mil habitantes, gostosa de se viver e que guarda em suas memórias belas histórias.
Em meados do século XIX, Itabaiana, como povoado do município de Pilar, vinha mantendo uma evolução lenta, tardia e difícil. Aos fins do século XIX, acentuou-se, contudo, o seu progresso, de simples povoado que era passou a categoria de Vila, sediando não só o município, como também a comarca de Pilar durante os anos de 1881 a 1885.
Por força disto, as transformações comerciais aumentaram muito, proporcionando grande alívio econômico a todo o município. As suas feiras semanais realizavam-se às Terças-Feiras, como até hoje acontece. Esse dia era escolhido para o prefeito vir da vila do Pilar despachar os papéis na sua nova sede que era agora Itabaiana.
A partir daí, segundo entrevistas que fiz com pessoas de mais idade na cidade e dentro da feira, ouvi bons relatos de moradores que sempre tinham algo a contar sobre fatos vividos ou presenciados por seus avós e bisavós quando perguntados sobre a historia da Feira, como a Dona Efigênia que diz: “Ah essa feira é antiga, meu pai sempre reunia a gente na calçada de casa pra falar coisas que ele viveu, ele falava que a feira de vender assim, batata, mangaio, farinha essas coisas num sabe, foi lá pelo ano de 1830, mais ou menos, daí meu ‘fi’ o comercio acompanhou tudo, os feirantes cresceram demais...”
Consultando alguns documentos (raros por sinal) constatei que a versão da senhora Efigênia, que foi a partir desse momento que o comércio acompanhou o desenvolvimento, com isso surge também o Mercado Público da cidade, necessidade, devido ao número crescente de pessoas.
Filho da terra, Sivuca faz a música FEIRA DE MANGAIO ,grande sucesso que retrata bem toda a feira e toda aquela movimentação existente.
A Feira se Tornou o eixo polarizador das atividades econômicas de qualquer lugarejo vizinho. A feira se estendia até a noite e era uma verdadeira festa. Havia até Carrossel no pátio da Igreja Matriz, assim recorda o poeta Zé da Luz em uma de suas poesias:
O patamá da igreja
Ta todinho embandeirado!
No oitão, o Carrocé
De manhã já foi armado
Carrocé considerado
A tentação dos minino
O carrocé afamado
De seu Chico Laudilino
!”
Nessa época, a feira já contava com carroça de bois, até 1914, quando os bondes de burro os substituíram perto de 1929. Itabaiana progredia sob o ponto de vista econômico, o comércio se expande: Lojas surgem como de ouro, ferragens, e até representações de carros Ford, de famílias que se tornaram tradicionais que até hoje resistem, Itabaiana se desenvolveu tanto que foi a primeira cidade paraibana a possuir energia elétrica.
Voltando um pouco na história, fazendo um resgate mais profundo, não posso deixar de mencionar a Feira de Gado, criada em 1864, extinta em 1870 e restaurada em 1879. Mesmo entre idas e vindas da Feira de Gado, independente dos problemas surgidos na feira propriamente dita, a vida econômica sempre gravitou em torno do campo, do boi e da vaca.
Como a cidade devido ao aumento da Feira popular (feira de mangaio) vinha se desenvolvendo, a criação da Feira de Gado em 1864, representou o estopim para a explosão do progresso. A povoação cresceu tanto que em 23 de Abril de 1890, Itabaiana tornou-se Município.
Na primeira metade deste século atingiu seu apogeu. Segundo meu pai Antônio que é Marchante, corta carne na feira já faz 30 anos relata:
Nessa época, a feira já contava com carroça de bois, até 1914, quando os bondes de burro os substituíram perto de 1929. Itabaiana progredia sob o ponto de vista econômico, o comércio se expande: Lojas surgem como de ouro, ferragens, e até representações de carros Ford, de famílias que se tornaram tradicionais que até hoje resistem, Itabaiana se desenvolveu tanto que foi a primeira cidade paraibana a possuir energia elétrica.
Voltando um pouco na história, fazendo um resgate mais profundo, não posso deixar de mencionar a Feira de Gado, criada em 1864, extinta em 1870 e restaurada em 1879. Mesmo entre idas e vindas da Feira de Gado, independente dos problemas surgidos na feira propriamente dita, a vida econômica sempre gravitou em torno do campo, do boi e da vaca.
Como a cidade devido ao aumento da Feira popular (feira de mangaio) vinha se desenvolvendo, a criação da Feira de Gado em 1864, representou o estopim para a explosão do progresso. A povoação cresceu tanto que em 23 de Abril de 1890, Itabaiana tornou-se Município.
Na primeira metade deste século atingiu seu apogeu. Segundo meu pai Antônio que é Marchante, corta carne na feira já faz 30 anos relata:






“Ah meu filho, era reses demais! Chegava a ter duas mil cabeças de gado! Era boi demais, era um bate – bate de chifre, que ate pra gente negociar era difícil, e quando a gente comprava para separar e entregar era outros quinhentos,começava assim na segunda – feira de tarde e mais de vez ia ate na terça de manhã, logo na segunda já chegavam os grandes fazendeiros de trem, vindos de Campina Grande, eu e seu avó só comprávamos um boi por semana”




Recorrendo a documentos, percebo que toda a cidade se movimentava devido à “ A FEIRA DE ITABAIANA” que dentro dela abrigava a Feira de Mangaio e a Feira de Gado, sem esquecer da Feira do Bacurau.
A do Bacurau que se inicia com troca de mercadorias entre os fazendeiros e os mais humildes, os chamado “Tangeres” e que hoje ainda ocorre, mas não com tanta freqüência.
Entrevistando uma outra senhora da época ela relata: “Moço, era a feira que sustentava a cidade, os hotel com o Avenida (ainda existe na cidade) e de D. Sinhá, recuperava o prejuízo da semana toda, terminada a feira todos iam simbora”
Ainda há registros de que no início do século em Itabaiana realizavam – se cinco feiras: A de Gado, Mangaio, Cavalos, Bacurau e a do Capim. Tanto a feira do Capim quanto a de Cavalos não apresentam registros, nem memórias de pessoas com quem conversei.
Assim Itabaiana chega ao século XX, com histórias e memórias certamente muitas delas perdidas, porém mais presentes do que imaginei que estariam. Hoje a feira é bem menor do que antigamente e de fato é ela quem ainda mantém o ciclo econômico da cidade.

                                                         Fonte:resgatecultural

                                 postado por tony josé segunda feira,24 de outubro de 2011




                                                                                                                                                                                                                                           

                                                                         

domingo, 23 de outubro de 2011

0 Paixão de Cristo, Nova Jerusalém, Pernambuco


A Quaresma, do ponto de vista religioso, é o período entre a quarta-feira de cinzas e o domingo de Ramos (40 dias), quando tem início a Semana Santa, que comemora a ressurreição e a vitória de Cristo depois dos seus sofrimentos e morte.

        Durante a Semana Santa, realiza-se em Nova Jerusalém, em  Fazenda Nova, distrito do município de Brejo da Madre de Deus, no agreste de Pernambuco (180 Km do Recife), um espetáculo sobre a Paixão de Cristo que se constitui hoje numa das maiores atrações turísticas do estado.

        Inspirado pela leitura de uma reportagem da revista Fon-Fon (Rio de Janeiro), sobre a representação do drama da Paixão de Cristo na cidade alemã de Oberammergau, o comerciante e líder político da vila de Fazenda Nova, Epaminondas Mendonça, resolveu montar, junto com sua esposa, Sebastiana Mendonça, uma encenação semelhante.

        Iniciado em 1951, o drama da Paixão de Fazenda Nova não contava com atores profissionais. Todos os papéis eram representados por amigos, parentes e moradores da região e o figurino confeccionado com lençóis do Hotel Familiar, cujo proprietário era Epaminondas Mendonça.

        O primeiro papel de Jesus Cristo foi interpretado por Luiz Mendonça, um filho de Epaminondas, que também foi o autor do primeiro texto, uma peça em três atos intitulada Drama do Calvário, além de seu primeiro diretor, em parceria com o radialista Osíris Caldas.

        A peça era realizada no Domingo de Ramos, na Quinta e Sexta-Feira santas O povo acompanhava os atores pelas ruas da cidade, que serviam de cenário para a representação da Paixão, assim como a igreja, o Salão Azul e a fonte hidromineral do hotel.
       
O sucesso foi grande e a encenação foi definitivamente incorporada ao calendário da vila de Fazenda Nova.
 Dois anos depois, em 1953, o evento conseguiu a adesão de atores, diretores e técnicos teatrais do Recife, incorporando qualidade e fazendo com que o espetáculo se tornasse menos amador, como havia sido nos dois primeiros anos.

A partir de 1956, a direção do espetáculo ficou a cargo de Clênio Wanderley, responsável também pela interpretação do papel de Judas.

A crescente profissionalização do espetáculo, no entanto, fez com que o evento fosse se tornando financeiramente inviável.
       
A solução para o problema foi encontrada por Plínio Pacheco, em 1962. Casado com Diva, filha mais nova de Epaminondas, Plínio, que já conhecia a encenação, teve a idéia de construir uma cidade-teatro semelhante a antiga Jerusalém e cobrar ingressos ao público para assistir a peça.

Assumiu a coordenação do projeto, colaborando na projeção dos cenários, conseguindo financiamento para a compra de terrenos e ajudando a carregar material, água e comida para os operários, durante a sua construção. 

No período em que foi construída a cidade-teatro, não houve o espetáculo da Paixão de Cristo em Fazenda Nova.

Em 1967, Plínio Pacheco escreveu uma peça em dois atos, intitulada Jesus, que, em 1968, se transformou, com a direção de Clênio Wanderley, na primeira Paixão de Cristo encenada na cidade-teatro de Nova Jerusalém.

O palco da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém ocupa uma área de 70 mil metros quadrados, cercada por uma muralha de pedra de três metros de altura. O cenário do espetáculo é composto por palcos-cenários em pedra granito, como o Palácio de Herodes, o Fórum de Pilatos e o Cenáculo, onde se realizou a última ceia, inspirados na antiga cidade de Jerusalém.  

A paisagem árida do agreste nordestino é muito semelhante a da Judéia, fazendo com que ela também seja um fator preponderante para a grandeza do espetáculo realizado em Nova Jerusalém.

A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém é um espetáculo onde o público se integra à representação, como se estivesse nos caminhos da antiga Jerusalém. Com atores e figurantes percorre os arruados e os palcos onde estão sendo representadas as cenas da Paixão. É um espetáculo interativo.
   
           A partir da encenação na cidade-teatro o espetáculo teve um grande aumento de público e precisou ir introduzindo sistematicamente diversas melhorias técnicas como efeitos sonoros e visuais, além de um sistema de dublagem.

Em 1969, José Pimentel assumiu a direção do espetáculo e fez alguns cortes no texto de Plínio Pacheco por considerá-lo muito longo.

No período de 1969 a 1977, o papel de Jesus foi interpretado pelo ator Carlos Reis.  

Em 1978, além da direção da peça, Pimentel passou a representar também o papel de Jesus Cristo. Sofreu muitas críticas por isso e, em 1996, se desligou do grupo, por não aceitar a pressão dos patrocinadores para a escalação de atores da Rede Globo de televisão para o papel do Cristo.

           A partir de 1997, a direção do espetáculo ficou a cargo de Carlos Reis e Lúcio Lombardi e conta, anualmente, com a participação de atores da Globo nos seus principais papéis.

Atualmente, com 500 atores e figurantes, a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, em Fazenda Nova, é apresentada diariamente, do sábado anterior ao Domingo de Ramos até o sábado de Aleluia, sendo  assistida por cerca de 10 mil espectadores por noite.

Considerado o maior espetáculo ao ar livre do mundo, constitui-se hoje como uma das mais importantes atrações do turismo cultural de Pernambuco.

No dia 1º de março de 2009, o governador de Pernambuco assinou a Lei nº 13.726, concedendo o título de Patrimônio Cultural, Material e Imaterial de Pernambuco à cidade cenográfica de Nova Jerusalém.


                                     Fonte:Fundação Joaquim Nabuco

                        postado por tony josé domingo,24 de outubro de 2011
               

                                                           

mel de abelha

 
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