Foi aluno do Colégio Marista do Recife. Aos 12 anos, ingressou na Escola de Belas Artes do Recife, onde estudou violino clássico com o professor catalão chamado Luis Soler e canto lírico com Arlinda Rocha.
De formação clássica, Antonio Nóbrega iniciou sua carreira na Orquestra
de Câmara da Paraíba, na capital João Pessoa, ali permanecendo até
final dos anos 1960. Na mesma época participou da Orquestra Sinfônica do
Recife, onde se apresentava também como solista.
Por essa época, Antonio Nóbrega embora de formação erudita, participava
de um conjunto de música popular com suas irmãs e, de vez em quando,
compunha músicas que apresentava com elas, no Recife, na época dos
festivais da televisão.
Em 1971, foi convidado pelo escritor Ariano Suassuna
para integrar o Quinteto Armorial na qualidade de violinista, quando
gravou então quatro discos e excursionou pelo mundo divulgando a música
tradicional nordestina.
Daí em diante, sua
carreira deslanchou. Passou a manter contato mais estreito com todas as
expressões da cultura popular, como os brincantes de caboclinho, de cavalo-marinho
e outras que se tornaram objeto de suas pesquisas. Revelava-se então um
artista multidisciplinar, pois além de conseguir fazer uma mixagem
entre a arte erudita e a arte popular era capaz de cantar, dançar, tocar
bateria, rabeca, violão e ter habilidades circenses.
Em 1976, dirigiu seu primeiro espetáculo intitulado A Bandeira do Divino que estreou no Recife e, depois, A arte da cantoria,
espetáculo que participou do Primeiro Festival Internacional de Teatro,
em São Paulo, promovido por Ruth Escobar. Em 1983, foi para São Paulo
com o espetáculo Maracatu Misterioso, um solo que contava com a
participação de sua esposa Rosane (no papel de contra-regra e, ao mesmo
tempo, atuando no espetáculo).
Em São
Paulo, Antonio Nóbrega deu início a outra fase da sua carreira
artística. Foi um dos fundadores do Departamento de Artes Corporais da
Universidade de Campinas (Unicamp) e também do Circo Brincante de São
Paulo.
Em 1989, criou o espetáculo O Reino do Meio-Dia, seguido por Brincantes e Segundas Histórias.
Esses dois espetáculos foram estrelados por seu personagem Tonheta que
nasceu de uma tipologia popular, uma espécie de colcha de retalhos de
diversos tipos comuns em praças e ruas do Brasil. Entre os grandes
espetáculos realizados no Rio de Janeiro e em São Paulo, destaca-se Figural,
em 1990. Nesse espetáculo, Nóbrega, sozinho no palco, tem um desempenho
admirável, com mudança de roupas e de máscaras para fazer ricas e
variadas demonstrações da cultura popular brasileira e mundial. Em 1996,
criou o espetáculo Na Pancada do Ganzá (baseado na viagem etnográfico-musical de Mário de Andrade pelo Brasil). Na sequência criou Madeira que cupim não rói. Esses dois shows foram lançados em CDs pelo Estúdio Eldorado.
Mantém em São Paulo a Escola e Teatro Brincante, um centro cultural que
promove eventos e cursos ligados à dança, música e arte circense. Entre
os prêmios recebidos pode-se destacar o Troféu Mambembe, pelo conjunto
de sua obra; o Prêmio O Globo, pelo melhor show do ano; além do Prêmio
Sharp, pelo melhor CD, Na pancada do Ganzá; e o Prêmio Apca de Projeto e
Pesquisa Musical do Ano.
O espetáculo 9
de frevereiro (frevo + fevereiro), que é uma homenagem ao carnaval de
Pernambuco, ficou em cartaz, em São Paulo, até 12 de novembro de 2006,
para, em seguida, ser exibido no Rio de Janeiro. Esse espetáculo
apresenta o frevo nas suas várias formas de ser tocado: executado por
orquestra de sopro, por conjunto regional, por violino, por instrumentos
de percussão ente outros e diversas formas de ser dançado: por um só
dançarino (Nóbrega) em passos estilizados de dança moderna, com vários
dançarinos em passos de frevo, com e sem sombrinha e até com todo o
público, em ciranda de frevo.
O espetáculo também apresenta um momento para ensinar mais sobre o
frevo. A orquestra explica as modalidades e costumes da dança e Antonio
Nóbrega ensina uma pessoa da platéia a fazer os passos.
Segundo Coelho e Falcão (1995) Antonio Nóbrega é um desaguadouro de
múltiplas vertentes, entre elas, as das criações do folclore, das
histórias picantes, da literatura de cordel, do circo mambembe, das folias carnavalescas e das mais variadas manifestações
FONTE: Fundação Joaquim Nabuco
postado por tony josé sábado,8 de setembro de 2012
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